Em todas as gerações, em algum lugar, inventam-se comunidades, clubes e etc... para a liberdade. Não adianta porque no processo de desenvolvimento da organização os fins se perdem, os membros se separam e não acontece continuidade ou, a idéia murcha logo por não ter solidez e finalidade clara de propósitos e benefícios para os membros.
A verdadeira liberdade advém do próprio indivíduo se, e sómente se esse indivíduo vencer seus medos. Aqueles medos profundos que estão lá dentro da mente e se manifestam de forma diferente de um para outro ser.
Cito exemplo: O medo de não ser importante; esse medo tem raízes diferentes em cada indivíduo de cada grupo social. Repare como uma criança gosta de aparecer, chamar atenção para si; tem crianças que fazem isso de forma sistemática principalmente quando em companhia de outras crianças e, é lógico, na presença de adultos. Isso é o medo primitivo do abandono e, se a criança não for ensinada ou treinada para ter auto-confiança e não for estimulada e elogiada em suas pequenas ações vai continuar crescendo querendo chamar atenção para si, esquecendo as razões do mundo e até se revoltando contra ele.
Esse é um tipo de medo que exemplifiquei. Existem dezenas ou talvez centenas de medos, acredito eu que até de natureza genética, que podem levar o indivíduo a uma vida limitada onde ele mesmo vai construindo, sem perceber, as grades de uma prisão invisível.
Os medos básicos mais fáceis de identificar são:
1 - o medo do desconhecido.
2 - o medo da exclusão, do abandono e de seguir sozinho.
O medo do desconhecido é primata. A grande maioria da população é explorada sistemáticamente por seitas, religîões, doutrinas, ditaduras, governos, líderes comunitários e etc... por causa desse medo original. O medo do desconhecido leva ao medo da morte, ao medo de tentar fazer algo diferente, ao medo de criar, ao medo de questionar dogmas e até ao medo de pensar (no sentido de filosofar). O indivíduo agarra-se então a uma doutrina praticada por algum grupo para usá-la como muleta e seguir a vida sentindo-se mais seguro.
O medo do abandono geralmente vem das experiências da primeira infância e se manifesta de forma a empurrar o indivíduo a se fazer presente, a dominar grupos, a querer impor sua vontade aos demais, a atacar os outros. Volta e meia esses indivíduos de medo extremado são confundidos com líderes e levados à liderança até de nações.
Esses medos, somados a tantos outros de natureza psíquica é que tiram a liberdade das pessoas. Qualquer iniciativa por liberdade deve começar por aí, porque indivíduos com algum medo escondido vão errar mais tarde na condução de seus seguidores.
Como já disse há mais de 5 mil anos atráz Lao Tsé na China:
Vença a si mesmo.
Só depois de vencer seus medos, o indivíduo pode enchergar a liberdade.